quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
NOTÍCIA EM DESTAQUE
Investigadora portuguesa ganha prémio europeu
Rita Guerreiro, 34 anos, é uma investigadora portuguesa que, juntamente com
o marido, José Miguel Brás, trabalha no seu próprio laboratório, inserido no
Departamento de Neurociência Molecular da University College London, em
Inglaterra.
Esta jovem investigadora foi distinguida em Paris, França, com o
Prémio Europeu Jovem Investigador - SCOR 2014, graças ao desenvolvimento de um
trabalho que se debruça sobre a doença de Alzheimer e de outras demências
frontotemporais.
O galardão, no valor de 10.000 euros, é atribuído, anualmente, pela Fundação para a Investigação do Alzheimer e tem como objetivo "apoiar e encorajar jovens investigadores cujos projetos de investigação são promissores".
O galardão, no valor de 10.000 euros, é atribuído, anualmente, pela Fundação para a Investigação do Alzheimer e tem como objetivo "apoiar e encorajar jovens investigadores cujos projetos de investigação são promissores".
HISTÓRIAS COM HISTÓRIA
A
matança do porco:
-
festa e subsistência
Desde tempos muito
recuados que a carne de porco foi muito utilizada na alimentação das
populações. Era a carne mais acessível aos estratos sociais mais pobres.
Na Idade Média, era
vulgar os porcos andarem a vaguear pelas ruas de vilas e cidades. Mas a
sujidade acumulada, o cheiro e alguns inconvenientes causados, começaram a
preocupar as autoridades. Em Santarém, no século XV, há notícias de que os
porcos, fossando pelos adros de igrejas, chegaram a desenterrar mortos que lá
se encontravam sepultados. Em 1482 foi decretada, em Santarém, a proibição dos
porcos andarem pelas ruas. Quem os quisesse criar, teria de os ter em casa ou
prender em seus quintais. Porcos que fossem encontrados nas ruas, eram
recolhidos e confiscados a favor do concelho. Ficava também estipulado que,
quem encontrasse porco em liberdade, poderia caçá-lo, sem ficar sujeito a
qualquer pena ou multa.
O porco era alimentado e engordado ao longo de todo o ano. A matança costumava ocorrer durante o inverno:
"Eram mortos no tempo do frio,
O mais tardar pelas Janeiras,
Assim faziam o bom enchido
O belo chouriço das Beiras."
(in António dos Santos Vicente, Vida e Tradições...)
"Eram mortos no tempo do frio,
O mais tardar pelas Janeiras,
Assim faziam o bom enchido
O belo chouriço das Beiras."
(in António dos Santos Vicente, Vida e Tradições...)
A matança do porco era ocasião
festiva e pretexto para juntar a família, os vizinhos e amigos. A carne era
salgada e também posta ao fumeiro, sendo a garantia que a subsistência estava
assegurada, que havia carne para todo o ano. Por conseguinte, a matança do
porco, para além do ritual da festa e convivialidade, constituía uma preciosa
reserva para os tempos de crise.
É que, dentro das cancelas, estava o
governo da casa dos pobres….
___________________
Fontes: António dos Santos Vicente, Vida e Tradições nas Aldeias Serranas da Beira, s.l., s.n., 1995.
José
Hermano Saraiva e Maria Luísa Guerra, Diário
da História de Portugal, vol. 1,
Lisboa, Difusão Cultural, 1992
(adapt.)
Margarida Ribeiro, Estudo Histórico de Coruche, Coruche,
Câmara Municipal, 1959.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
POEMA DA MENINA DO HIGROSCÓPIO
Quando o velho do higroscópio desaparecer no fundo da casota de madeira
E a menina do cesto assomar à portinha do lado,
hei de ir contigo passear ao campo.
Andando, poisarei o meu braço no teu ombro
e com dedos de amor beliscarei
o lóbulo macio da tua orelha.
Quando a menina do cesto assomar à portinha do higroscópio
de laçarotes nas tranças,
a grande saia rodada, azul da Prússia,
com três barras vermelhas,
e o cesto a transbordar de flores e frutos,
hei-de ir contigo passear ao campo.
Oculta na floresta, a casota florida do higroscópio,
tem telhado erguido em ângulo agudo
para que a neve escorra,
e uma grinalda de malmequeres amarelos a bordar o beiral.
Enquanto a corda de tripa não puxar o velho para dentro da casota
e com ele as asas de grilo da sua labita preta,
baterei com os pés no chão para aquecer, e esperarei
que a menina do cesto assome na portinha do lado.
Assim que ela assomar, estremunhada e surpresa,
ébria do Sol, tonta do cheiro das flores,
hei de ir contigo passear ao campo.
Iremos pelos atalhos
e sobre ti me deitarei na terra.
Encostado ao teu corpo
ouvirei as abelhas pairando sobre as flores como helicópteros
e ouvirei o estalar das antenas
e o surdo escorrer dos grãos de pólen
buscando o óvulo, deflagrando nele
a primavera eterna.
Quando a menina do cesto assomar à portinha do higroscópio
e os pássaros de gesso debicarem as pontas dos seus tamancos,
Oh! como vai ser bom!
mesmo que tu não venhas ou não existas,
hei de ir contigo passear ao campo.
António Gedeão
in Antologia de Poemas de Amor - Organização de Inês Pedrosa
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Atividades do Clube de Leitura
A atividade intitulada ReciLer teve uma adesão bastante
satisfatória em termos de turmas envolvidas e de variedade de materiais utilizados.
História com
histórias, revelando aspetos curiosos da nossa história, elementos particulares de
figuras da nossa pátria, a figura do primeiro rei de
Portugal.
A equipa de jovens da turma do 10ºF, do projeto
Ler+, dinamizou o encontro com leitores da Universidade Sénior, num
intercâmbio animado entre Alves Redol e Ramalho Ortigão, com leituras
expressivas e troca de ideias sobre as realidades descritas e criticadas por
ambos os escritores.
Realizou-se a primeira fase do concurso nacional de leitura
(3º ciclo e secundário) com os alunos André Diniz, Rita Alexandre e Marta
Abrantes a representarem o terceiro ciclo e os alunos Cristiana Ruivo, Leonardo
Conde e João Silva, representantes do ensino secundário.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
PABLO NERUDA - VINTE POEMAS DE AMOR E UMA CANÇÃO DESESPERADA
É A MANHÃ CHEIA...
É a manhã cheia de tempestade
no coração do verão.
Como lenços brancos de adeus viajam as nuvens
que o vento sacode com viageiras mãos.
Inumerável coração do vento
pulsando sobre o nosso silêncio apaixonado.
Zumbindo entre as árvores, orquestral e divino,
como uma língua cheia de guerras e de cantos.
Vento que leva em rápido roubo a ramaria
e desvia as flechas latentes dos pássaros.
Vento qua a derruba em onda sem espuma
e substância sem peso, e fogos inclinados.
Despedaça-se e submerge o seu volume de beijos
combatido na porta do vento do verão.
É a manhã cheia de tempestade
no coração do verão.
Como lenços brancos de adeus viajam as nuvens
que o vento sacode com viageiras mãos.
Inumerável coração do vento
pulsando sobre o nosso silêncio apaixonado.
Zumbindo entre as árvores, orquestral e divino,
como uma língua cheia de guerras e de cantos.
Vento que leva em rápido roubo a ramaria
e desvia as flechas latentes dos pássaros.
Vento qua a derruba em onda sem espuma
e substância sem peso, e fogos inclinados.
Despedaça-se e submerge o seu volume de beijos
combatido na porta do vento do verão.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
POEMA DE AMOR DE ALEXANDRE O'NEIL
SIGAMOS O CHERNE!
Sigamos o cherne, minha Amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...
Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...
Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...
Alexandre O'Neal
in Quinze Poetas Portugueses do Século XX
Sigamos o cherne, minha Amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...
Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...
Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...
Alexandre O'Neal
in Quinze Poetas Portugueses do Século XX
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
POEMA DE AMOR
NESTE S. VALENTIM
UM POEMA PARA TI
Amo os teus defeitos
Amo os teus defeitos, e tantos
Eram as tuas faltas para comigo
E as minhas; essa ênfase
de rechaçar por timidez; solidão
de fazer trepadeiras, agasalhos
para velhos, depois para netos;
indulgência de plantar e ver
o crescimento da oliveira do paraíso,
carregada de flores persistentemente
caducas; essa autoridade, irremediável
desafio; e a astúcia
de termos ambos quase a mesma cara.
António Osório (n. 1933)
in Poemas de Amor (organização e prefácio de Inês Pedrosa)
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
HISTÓRIAS COM HISTÓRIA
LINHAS DE TORRES
Um sistema defensivo singular em todo o mundo
As “Linhas de Torres Vedras”, habitualmente designadas por
“Linhas de Torres”, são um sistema defensivo a norte de Lisboa, edificado nos
inícios do século XIX com o propósito de travar a 3ª Invasão Francesa, mais
concretamente para a defesa do porto de Lisboa e da capital do reino. Elas
constituem o maior sistema de fortificações militares de campo construído, que
desempenhou um decisivo papel na História da Europa ao travar o exército
napoleónico.
Não se trata, portanto, de uma barreira contínua, uma vasta
muralha de fronteira, mas de uma rede de fortificações concebidas para um
momento concreto (as invasões francesas). As Linhas de Torres são um misto de obras defensivas (conjunto de
três linhas defensivas) e de formações naturais do terreno. Ao todo eram cerca
de 150 fortificações. Algumas ainda são hoje visitáveis. Outras estão em
processo de recuperação e restauro. Trata-se, portanto, de um sistema defensivo
militar, singular em todo o mundo.
Fontes:
http://www.cm-mafra.pt/files/cultura/Museus_e_Patrimonio/folhetoRHLT_PT.pdf (adapt.)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linhas_de_Torres_Vedras .(adapt.)
http://linhasdetorres.blogspot.pt/ (adapt.)
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