Prémio Leya de 2014, tem como eixo central a relação entre dois irmãos, o narrador (um professor universitário divorciado) e Miguel, que, com 40 anos e síndrome de Down, precisa de um apoio constante. A história é bem urdida e narrada numa prosa capaz e envolvente — e, para remate, contém um inesperado e virulento estremecimento moral. Mas há ambiguidades na transcrição das falas de Miguel ('não' transcrito como 'nao', por exemplo): 'nao' deveria o narrador ter-se justamente socorrido das potencialidades alusivas da 'acentuaçao' para indicar como poderia ouvir-se essa personagem?
Paulo Lopes
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