sexta-feira, 22 de outubro de 2021

POEMAS DOUTRAS LÍNGUAS

 

Por estafeta [Placas lacadas]

 

Uma noite

    De Lua clara

    Sentei-me

    Para escrever um poema

    Sobre o ácer.

    Mas o fulgor do luar

    Na tinta

    Cegou-me

    E eu não pude senão escrever

    O que recordava.

    Por isso, a cingir o meu poema,

Inscrevi o teu nome.


— Amy Lowell (in Pictures of the Floating World, 1919)



By Messenger [Lacquer Prints]


    One night

    When there was a clear moon,

    I sat down

    To write a poem

    About maple trees.

    But the dazzle of moonlight

    In the ink

    Blinded me,

    And I could only write

    What I remembered.

    Therefore, on the wrapping of my poem

I have inscribed your name.


— Amy Lowell (in Pictures of the Floating World, 1919)


Amy Lowell nasceu em Brookline, Massachusetts, em 1874, numa família episcopaliana. A mais nova de cinco irmãos, começou por estudar em casa e depois frequentou escolas privadas em Boston., tendo viajado extensivamente pela Europa com a família. Foi fortemente influenciada pelo movimento imagista, liderado por Ezra Pound. Este movimento, acreditava ela, tentava criar poesia forte, concisa e luminosa. Morreu em 1925, em Sevenels, a sua terra natal. Entre as suas obras mais relevantes conta-se A Dome of Many-Coloured Glass, de 1912, Pictures of the Floating Wordl, de 1919 (obra na qual, na sua primeira parte [Lacquer Prints], segue o modelo de haikus japoneses sem respeitar as regras silábicas, e preservando apenas a brevidade e a sugestão dos haikus) e What's O'Clock, de 1925, que recebeu o prémio Pulitzer.





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