O ano é 2109; o espaço, Madrid, parte dos Estados Unidos da Terra. O estado de coisas inicial (a combustão narrativa) é o inquietante número de replicantes que começam a morrer (levando consigo, em atos de terrorismo tresloucado, vários humanos); e é a detetive replicante Bruna Husky que descobrirá o que está por trás, e para além, desta vaga de terrorismo replicante. Universo bem arquitetado — sob a influência propiciatória e sagaz do já clássico filme Blade Runner, de 1983 (desde o título à designação dos androides) —, história bem urdida, personagens bem travejadas e prosa sensual e coleante, Lágrimas na chuva/ Lágrimas en la lluvia (2011), de Rosa Montero, oferece uma aprazível jornada de leitura. Os dois livros seguintes com Bruna Husky (O peso do coração/ El peso del corazón, de 2015, e Os tempos do ódio/ Los tempos del odio, de 2018) — em nada desmerecem do primeiro.
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