Cerca de meio ano depois dos eventos de Lágrimas na chuva, voltamos a seguir a detetive replicante Bruna Husky, em 2109, por Madrid, parte dos Estados Unidos da Terra, e em órbita, na ditadura religiosa de Labari. O estado de coisas inicial (a combustão narrativa) é duplo: o resgate, da Zona Zero (uma área contaminada, numa cena que evoca a entrada de imigrantes pelas valas de Ceuta e Melilla) para sua casa, de uma criança russa com pouco tempo de vida, devido à exposição prolongada a radiação nuclear; e um trabalho de detetive afinal enganadoramente simples que a mergulhará numa trama de corrupção internacional na qual se joga o futuro da Terra. Thriller (de aventura, político, ecológico e de ficção científica), relato especulativo sobre o peso da vida e a escuridade da morte, e uma história de amor — tudo isto servido na mesma prosa sensual e coleante.
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