O termo poemínimo foi cunhado pelo poeta mexicano Efraín Huerta (na obra Prólogos de Efraín Huerta, 1981). “[Criar um poemínimo] requer uma espontaneidade diferente da do meditado epigrama e um maligno toque poético que o coloca a cem anos de luminosa obscuridade do haiku; tão-pouco é um aforismo — ou um apotegma ou um dogma.”
Quatro anos e meio depois, é ainda sob a eminente mas inadvertida tutela poética de Efrín Huerta (e com a devida e grata vénia) que apresento os poemas desta rubrica, nenhum dos quais de sua autoria, desta vez.
Tríade
São três
Coisas mudas
Neve caindo… a hora
Antes d’ alva… a boca dum
Morto.
— Adelaide Crapsey (in Verse, 1915)
Triad
These be
Three silent things
The falling snow… the hour
Before the dawn… the mouth of one
Just dead.
Adelaide Crapsey (1878-1914) nasceu e cresceu em Nova Iorque. Foi professora universitária em Massachussets, até a sua saúde se deteriorar (diagnosticada com tuberculose cerebral em 1911, deixou de poder ensinar em 1913). Os poemas contidos na sua obra Verse (1915), publicada postumamente (um ano após a sua morte), foram escritos, na sua maior parte, no ano anterior. Influenciada pelas formas poéticas japonesas haiku e tanka, os poemas mais conhecidos de Adelaide Crapsey surgem como quintilhas, uma forma inventada por ela a partir dessas influências. [In https://poets.org/poet/adelaide-crapsey] São poemas de cinco versos, com ênfases silábicas distribuídas segundo um padrão (duas no primeiro verso, quatro no segundo, seis no terceiro, oito no quarto e de novo duas sílabas no quinto).
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