Um poço, uma horta e um…
teimoso
Na Benavente de meados do século XVI, próximo da ponte
que ligava a Salvaterra de Magos, havia um poço – “o único por onde o povo bebe”.
No ano de 1563 o poço necessitava de reparação urgente
por estar já “muito desmanchado”. Era, ao que consta, a principal fonte de
abastecimento de que Benavente dispunha, pois “daí bebia toda a gente desta
vila”. Eram, pois, compreensíveis todos os cuidados da Câmara em preservar a
boa qualidade da água.
Todavia, conta-se que um tal Ensenso Fernandes abrira
uma vala a céu aberto numa horta que cultivava ali mesmo junto ao poço da vila.
A vala lançava muita sujidade no poço. Este, no Verão, exalava um “ruim cheiro”.
A Câmara, preocupada com a situação, mandou o porteiro do concelho intimar o
prevaricador a tapar a referida vala, sob pena de 1000 reais de multa e cadeia.
Porém, a resposta do morador foi teimosamente desconcertante: Ensenso Fernandes “respondeu que
não havia de tapar”….
Desconhece-se
o que terá acontecido, quer à água do poço, quer ao morador teimoso…..
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Fonte: Francisco Correia, Subsídios para a História Benaventina do século XVI. (Sumários de um
Livro de Actas da Câmara de 1559
a 1564), Benavente, Câmara Municipal, 1995 (adapt.).
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