sexta-feira, 7 de novembro de 2014

HISTÓRIAS COM HISTÓRIA


Um poço, uma horta e um… teimoso

 

Na Benavente de meados do século XVI, próximo da ponte que ligava a Salvaterra de Magos, havia um poço – “o único por onde o povo bebe”.

No ano de 1563 o poço necessitava de reparação urgente por estar já “muito desmanchado”. Era, ao que consta, a principal fonte de abastecimento de que Benavente dispunha, pois “daí bebia toda a gente desta vila”. Eram, pois, compreensíveis todos os cuidados da Câmara em preservar a boa qualidade da água.

Todavia, conta-se que um tal Ensenso Fernandes abrira uma vala a céu aberto numa horta que cultivava ali mesmo junto ao poço da vila. A vala lançava muita sujidade no poço. Este, no Verão, exalava um “ruim cheiro”. A Câmara, preocupada com a situação, mandou o porteiro do concelho intimar o prevaricador a tapar a referida vala, sob pena de 1000 reais de multa e cadeia. Porém, a resposta do morador foi teimosamente desconcertante: Ensenso Fernandes “respondeu que não havia de tapar”….

Desconhece-se o que terá acontecido, quer à água do poço, quer ao morador teimoso…..

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Fonte:  Francisco Correia, Subsídios para a História Benaventina do século XVI. (Sumários de um Livro de Actas da Câmara de 1559 a 1564), Benavente, Câmara Municipal, 1995 (adapt.).

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