terça-feira, 27 de janeiro de 2015

HISTÓRIAS COM HISTÓRIA



 
e por fim restaram as tripas…

Nos preparativos para o arranque da Expansão Portuguesa, o Infante D. Henrique precisando de abastecer as naus para a tomada de Ceuta, na expedição militar comandada pelo Rei D. João I em 1415, pediu aos habitantes da cidade do  Porto todo o género de alimentos. Todas as carnes que a cidade tinha foram limpas, salgadas e acamadas nas embarcações, ficando a população sacrificada unicamente com as miudezas para confecionar, incluindo as tripas. Foi com elas que os portuenses tiveram de inventar alternativas alimentares, surgindo assim o prato "Tripas à moda do Porto". A necessidade aguçou o engenho….  e do pouco se fez “muito”…

O prato acabaria por se perpetuar até aos nossos dias e tornar-se, ele próprio, um dos elementos  gastronómicos  mais caraterísticos e emblemáticos da cidade. De tal forma que, com ele, nascia também a  alcunha "tripeiros", como ficaram a ser conhecidos os portuenses desde então.

(Fonte: Joel Cleto, “A origem dos tripeiros”, in Lendas do Porto, Matosinhos, QuidNovi, 2010 -adapt).

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

HISTÓRIAS COM HISTÓRIA


 
A luz elétrica faz mal à vista?

 

Em 1857, o governo português nomeou uma comissão para apreciar o relatório e contas da Companhia Lisbonense de Iluminação e Gás. Eram os primórdios da eletricidade na iluminação pública em Portugal.
A dita comissão debruçou-se sobre o tema e reconheceu que a luz elétrica era “barata em relação aos outros sistemas de iluminação”. Todavia, alertava para os “efeitos insuportáveis à vista” que, segundo os peritos da dita comissão, causariam o “enfraquecimento ou a perda de vista das pessoas que estivessem próximas dessa intensa luz”. Tais problemas derivavam, segundo se afirmava, na concentração “em um mesmo ponto de uma imensa quantidade de raios luminosos”.
Considerava-se, portanto, que não estavam ainda suficientemente estudados os efeitos “das fortes e constantes correntes elétricas” sobre a “higiene pública”. E, mais do que isso, considerava-se também que tais correntes causariam uma “grande perturbação na atmosfera”, podendo, por isso mesmo, agravar “algumas enfermidades” ou, pior ainda, provocar outras novas doenças, ainda “não compreendidas” nem, tão pouco, descritas nos “Tratados Patológicos” das ciências médicas da época. 

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Fonte:  José Hermano Saraiva e Maria Luísa Guerra, Diário da História de Portugal, vol. 3, Lisboa, Difusão Cultural, 1998 (adapt.)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

NOTÍCIA EM DESTAQUE



Cristo Rei entre as mais fantásticas esculturas mundiais

 

O jornal britânico The Telegraph  considerou recentemente que a estátua do Cristo Rei, em Almada, é uma das 11 esculturas mais fantásticas a nível mundial. Numa lista de onze, o Cristo Rei ocupa o 9º lugar.
Apesar do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, Brasil, ser uma estátua muito mais famosa, o Cristo Rei de Almada é uma estátua três vezes mais alta (110 metros), em parte devido ao seu enorme pedestal.
O santuário do Cristo Rei foi inaugurado em 1959. A imagem de Cristo é da autoria de mestre Francisco Franco. O monumento nasceu de um desejo do antigo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira.
Da lista publicada pelo The Telegraph fazem ainda parte outras célebres esculturas internacionais, como o Templo da Primavera de Buda, na China, ou o Monumento a Nelson Mandela, na África do Sul, inaugurado em 2002, quando se assinalou o 50.º aniversário da detenção do líder.

 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

HISTÓRIAS COM HISTÓRIA




O rei D. Manuel açoita o príncipe

Conta-se que certo dia, tendo o príncipe D. João (futuro D. João III) uns oito ou nove anos, chegou-se, pela hora da sesta, a uma varanda do Paço da Ribeira, onde a corte na altura se encontrava. Um pobre mendigo, que por ali passava, ao ver o príncipe, pediu-lhe esmola. Como não tendo que lhe dar, o pequeno D. João mandou-lhe que levasse um burro que por ali estava atado a um esteio.
Entretanto, estava o mendigo a preparar-se para levar o burro quando chegou um aldeão que era o verdadeiro dono do animal. Mas o mendigo não queria abrir mão do burro porque dizia que tinha sido o príncipe que lho dera. Foram os dois homens presentes ao rei. Este, ouvindo a história, devolveu o seu a seu dono e, ao mendigo, deu em dinheiro a “justa valia” do burro.
De seguida, mandou chamar o príncipe que, entretanto, se tinha escondido. Levaram-no à força aos aposentos onde se encontravam o rei e a rainha. Então, D. Manuel, advertindo asperamente o jovem príncipe seu filho, disse-lhe:
- “Porque sois príncipe e haveis de ser rei, vos hei-de castigar pelo que agora fizestes, para que nunca vos mais esqueça que a principal obrigação do ofício de rei é dar a cada um o seu e que por nenhum caso pode dar o que for de uma pessoa a outra”.
Mandou ao príncipe que se desatacasse. O príncipe recusou-se. Então, foi o próprio rei que lhe “desatacou as atacas das calças” e, com sua mão, lhe deu “meia dúzia de açoutes”.


Fonte: Ditos Portugueses dignos de memória, 3ª ed., Actualização, introdução e comentários de José Hermano Saraiva, Mem Martins, Publicações Europa-América, s.d. (adapt.).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Portal Ensina

O portal Ensina, desenvolvido pela RTP, dedicase ao alojamento e à divulgação de conteúdos audiovisuais diretamente relacionados com as diversas temáticas da área da  Educação, vocacionados para todos os alunos, desde o 1.º ciclo do ensino básico ao ensino secundário, bem como para professores, encarregados de educação e público em geral.
Lançado a 14 de janeiro de 2014, este projeto integra vídeos e áudios do serviço público de rádio e televisão com interesse educativo. O Sermão de Santo António aos Peixes, o Memorial do Convento e uma peça interativa sobre os Descobrimentos são os artigos mais consultados no primeiro ano de atividade deste portal educativo da RTP. De utilização intuitiva e gratuita, o Ensina foi visitado por 654 mil pessoas que consultaram mais de um milhão de páginas, sendo os temas mais procurados o português e a história.

Para comemorar o seu primeiro aniversário, o portal educativo da RTP lança esta semana um conjunto de novos conteúdos, designadamente:
primeiros episódios da série História a História, com Fernando Rosas;
dúvidas sobre a língua portuguesa, em Cuidado com a Língua;
experiências do Ciência pelos Mais Novos, que mostram curiosidades da ciência de maneira divertida e prática;
pequenas reportagens sobre alguns museus nacionais;
novos episódios da série Grandes Livros.

O Portal Ensina encontra
se disponível em http://ensina.rtp.pt/. Informações complementares sobre este serviço público encontramse igualmente disponíveis na página do Facebook dedicada a este projeto, em https://www.facebook.com/ensinartp.

Concurso Nacional de Leitura 2014-2015: Alunos Selecionados

3º Ciclo
 

 
Ensino Secundário
 
 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sugestões Contrato de Leitura: mil novecentos e oitenta e quatro



Clube de Leitores Sénior

Próxima sessão:
28 de janeiro
16:30
BE - ESB
 
 
                          

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Concurso Nacional de Leitura

1ª Fase - 14 fevereiro 2015

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

CONCURSO DE POESIA

"Faça lá um poema"
 
 

O poema deve ser subordinado ao tema

"As palavras do Mundo"

 
(palavras de AMOR, de TRISTEZA; palavras de CERTEZA , de DÚVIDA; palavras da BIOLOGIA, da MATEMÁTICA, da GEOGRAFIA, das ARTES...)

 
Deve ter um máximo de quatro quadras ou dezasseis versos.
 

Participa

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Sugestão PNL/ Metas Curriculares: O Deus das Moscas

 
Na BE da ESB também encontras o filme disponível!
Só precisas de pedi-lo e assistir...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O LIVRO PREFERIDO

Hugo Abreu (10º A) escolheu:


 
-  porque é um livro de leitura simples, leve e está muito bem escrito. Tem uma história original e envolvente que dá vontade de ler mais e mais...

- porque tem vários volumes, o que significa que a história é grande, o que é uma vantagem, pois é uma boa história.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

NOTÍCIA EM DESTAQUE


Cortiça: Quercus já recolheu 234 toneladas de rolhas

O projeto Green Cork, da Quercus, já recolheu, com grande contributo das escolas, 234 toneladas de rolhas de cortiça usadas - material que volta depois a ser usado na construção civil.
O objetivo é recolher as rolhas usadas, através dos pontos de recolha batizados de 'Rolhinhas', e encaminhá-las para a reciclagem a fim de serem reutilizadas, por exemplo na construção civil.
O Green Cork também financia a plantação de árvores autóctones, através do projeto Floresta Comum, que já distribuiu 200 mil plantas, como sobreiro, carvalho ou azinho, a entidades públicas em todo o país.
Em vigor desde 2008, o Green Cork foi desenvolvido pela Quercus em parceira com as empresas Amorim, Continente e Dolce Vita, tendo apoio de escolas, escuteiros, municípios, adegas e produtores de vinho.



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

6 de janeiro - Dia de Reis

A Lenda do Bolo Rei

   Quando os Reis Magos foram visitar o Menino Jesus, perto da gruta onde estava o menino, os Reis Magos tiveram uma discussão para saber qual deles seria o primeiro a oferecer os presentes.
    Um artesão que por ali passava assistiu à conversa e propôs uma solução para o problema, de maneira a ficarem todos satisfeitos. O artesão resolveu fazer um bolo e meter uma massa na massa. Depois de cozido repartiu o bolo em três partes e aquele a quem saísse a fava seria o primeiro a oferecer os presentes ao Menino. Assim ficou conhecido pelo nome de Bolo Rei e como tinha sido feito para escolher um rei passou a usar-se como bolo de Natal.
    Dizem que a côdea do bolo simboliza o ouro, as frutas simbolizam a mirra e o aroma, o incenso.

  




No dia de Reis recordamos os três Reis Magos, Sábios do Oriente que vieram desde as suas terras até à humilde gruta de Belém, sempre seguindo uma estrela diferentes das outras.
Montados em seus camelos, eles procuravam um Menino que sabiam ser o Salvador do Mundo, para O adorarem e Lhe oferecerem as prendas que traziam: ouro, incenso e mirra.
   Um chamava-se Gaspar, que significa "o que vai com amor"; o outro chamava-se Belchior, que significa "o que vai suavemente"; e o terceiro chamava-se Baltasar, que significa "o que obedece à vontade de Deus, humildemente".
   No Dia de Reis, é importante oferecermos nós também uma simples prenda a quem amamos. Não é preciso darmos coisas caras ou complicadas. Uma flor do campo, um desenho, um beijo, um sorriso... talvez sejam as prendas que os nossos pais, ou os nossos avós, ou os nossos amigos mais apreciem.
   Há pequeninos gestos de ternura que dizem mais do que todas as palavras do mundo.

 in O Livro do Natal, Maria Alberta Menéres
 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

EL-REI DISFARÇADO



El rei disfarçado:

Uma travessura de D. Manuel I

Os reis costumavam ir em peregrinação aos principais santuários, quer da Península Ibérica quer da cristandade.

Conta-se que indo el-rei D. Manuel em romaria ao santuário da Santiago de Compostela, na Galiza, e como não queria ser lá reconhecido, fez-se acompanhar apenas por sete ou oito fidalgos (muito pouco para o que era habitual numa comitiva régia). Era costume o rei fazer-se acompanhar sempre por um numeroso séquito de fidalgos e criados. Dessa forma se mostrava o poder, o prestígio, notoriedade e reconhecimento social.
El-rei para se divertir, para seu “desenfadamento”, indicou então, um dos fidalgos para fingir ser a figura principal daquela comitiva, ordenando aos demais para acatarem as ordens de quem fosse indicado para o efeito. A escolha recaiu em D. João de Sousa, senhor de Sagres e Nisa e guarda-mor do rei. Seria ele a “liderar” aquela comitiva onde o rei seguia, mas disfarçado. Dessa vez não queria ser notado.
Chegados a Santiago, e ao entrarem na igreja, pediram aos padres para lhes mostrarem as relíquias do apóstolo São Tiago. Os padres ao verem que todos faziam “grande acatamento” a D. João, era com ele que mais conversavam e lá iam explicando tudo o que iam mostrando. D. João, fingindo ser ele o principal, e cumprindo exemplarmente o seu papel, mantinha sempre um ar “muito sisudo e severo”, muito “grave e encadarroado”.
D. Manuel, «livre» do duro ofício de rei, e para seu “desenfadamento”, quis fazer uma travessura a D. João de Sousa para se divertir e pô-lo à prova. Colocou-se então atrás dele e picou-o com um alfinete. D. João, percebendo a travessura do rei, mas “sem mudar a gravidade do rosto”, ordenou-lhe:
- Ora passai-vos para acolá.
E el-rei teve mesmo de lhe obedecer…..
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Fonte: Ditos Portugueses dignos de memória, 3ª ed., Actualização, introdução e comentários de José Hermano Saraiva, Mem Martins, Publicações Europa-América, s.d. (adapt.).