Na Idade Média, as doenças eram combatidas com as mais diversas mézinhas,
produtos, substâncias – vegetais ou animais –, uma vez que se desconhecia a
verdadeira origem das doenças.
De tentativa em tentativa, empiricamente e através da observação dos
efeitos, lá se ia tentando debelar as maleitas que surgiam. Físicos,
cirurgiões, barbeiros, boticários faziam o que podiam.
Havia a ideia que, se tais “remédios” não fizessem bem, mal também não
fariam…
Porém, alguns boticários eram criticados, por terem uma duvidosa
preparação para as funções e por se “governarem” à custa dos males alheios.
Alguns provérbios recordam essa crítica social:
“Remédio caro faz sempre bem, se não ao doente, ao boticário”
“Com malvas e água fria, faz-se um boticário num dia”
Através de uma velhinha quadra popular, que sobreviveu até meados do
século XX, o Povo cantava assim:
Há
remédio para tudo
Naquela
negra botica
Só
menos para as saudades
Quem
as tem, com elas fica
Eis, pois, algumas mézinhas em voga no século XIII
*Para tratar a dor de dentes:
Colocava-se sumo de pepino no ouvido. Ou então leite de cadela
*Para debelar a diarreia:
Torravam-se pés de perdizes. Depois esmagavam-se, dissolviam-se em vinho
e bebia-se esta mistura.
*Para a inflamação da vista:
Semente de funcho, erva arruda e vinho branco
*Para o reumatismo:
Colocava-se sobre a parte que doía, papas de linhaça galega em panos de
lã.
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Fontes:
António Moreira, Provérbios Portugueses, Lisboa, Editorial Notícias,
2003.
José Hermano Saraiva e Maria Luísa Guerra, Diário da História de
Portugal, vol. 1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1992.
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