O romance de Paulo Moreiras é ma glosa trepidante e afortunada dos romances picarescos: passada no mundo medieval do século XIV — povoado por alcoviteiras que fabricam hímenes, clérigos que ganham a vida vendendo pedaços de céu, meirinhos corruptos, estalajadeiros astutos, donzelas roliças e condescendentes… —, vive muito da linguagem do narrador: usa com felicidade a nossa ideia do vocabulário medievo, combinando expressivamente o tom palaciano e o tom popular, numa narrativa humorada e levemente truculenta.
Paulo Lopes
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