Nô e eu (No et moi), que recebeu o Prémio dos Livreiros de 2008 este romance, adaptado ao cinema (em 2010), foi traduzido em mais de 25 países.
A narradora, Lou, é uma adolescente de 13 anos que, depois de casualmente travar
conhecimento com uma rapariga sem-abrigo, cinco
anos mais velha (a Nô do título), decide persuadir os pais (cada um dos quais
trava, à sua maneira, um combate contra a tristeza que uma tragédia anterior
trouxe à família) a acolhê-la em casa. Seria fácil, com esta premissa, cair na
tentação de encenar uma viagem instrutiva e piedosa, cheia de ressonâncias
morais e sociais politicamente corretas; mas a autora conseguiu tecer uma história tocante que ao mesmo tempo desvela a dureza sombria da realidade na qual existem mulheres jovens sem-abrigo. Romance de formação, nele
pulsam os temas da identidade, das relações familiares, da marginalidade e de
precariedade afetiva e social.
Paulo Lopes
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