segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

HISTÓRIAS COM HISTÓRIA


 
A luz elétrica faz mal à vista?

 

Em 1857, o governo português nomeou uma comissão para apreciar o relatório e contas da Companhia Lisbonense de Iluminação e Gás. Eram os primórdios da eletricidade na iluminação pública em Portugal.
A dita comissão debruçou-se sobre o tema e reconheceu que a luz elétrica era “barata em relação aos outros sistemas de iluminação”. Todavia, alertava para os “efeitos insuportáveis à vista” que, segundo os peritos da dita comissão, causariam o “enfraquecimento ou a perda de vista das pessoas que estivessem próximas dessa intensa luz”. Tais problemas derivavam, segundo se afirmava, na concentração “em um mesmo ponto de uma imensa quantidade de raios luminosos”.
Considerava-se, portanto, que não estavam ainda suficientemente estudados os efeitos “das fortes e constantes correntes elétricas” sobre a “higiene pública”. E, mais do que isso, considerava-se também que tais correntes causariam uma “grande perturbação na atmosfera”, podendo, por isso mesmo, agravar “algumas enfermidades” ou, pior ainda, provocar outras novas doenças, ainda “não compreendidas” nem, tão pouco, descritas nos “Tratados Patológicos” das ciências médicas da época. 

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Fonte:  José Hermano Saraiva e Maria Luísa Guerra, Diário da História de Portugal, vol. 3, Lisboa, Difusão Cultural, 1998 (adapt.)

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