Philip Roth — que morreu em maio de 2018 — é um dos mais emblemáticos escritores americanos
contemporâneos. Nascido em 1933, em Newark, New Jersey — onde situa a ação de muitos dos seus romances —, a sua ficção tem habitualmente um carácter autobiográfico,
assim como um ebuliente engenho metanarrativo que se traduz no gosto em confundir ficção e realidade, uma prosa sensual e
dinâmica e uma inclinação para a exploração provocadora da identidade americana. O dispositivo narrativo é o diálogo a duas
vozes — e apenas diálogo, sempre entre duas
personagens; uma delas, sempre ‘em cena’, tem o nome do autor, Philip Roth — um escritor americano a viver em Londres; as outras
são a amante inglesa (e as suas
variações: uma fictícia e outra supostamente ‘real’ ) e (numa única cena) a
mulher do escritor americano. Essas conversas vão
revelando a profundidade das personagens, as modulações do desejo e da mentira,
e ainda conseguem delinear linhas de enredo com twists narrativos — e metanarrativos.
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